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E seu eu gritasse, tudo passaria?!

  • contatoelisamaia
  • 1 de mai. de 2022
  • 2 min de leitura

E se eu gritasse, tudo passaria? No último ano, momentos de angústia, que logo percebo culminavam com a percepção do meu corpo em ansiedade (sensação de coração disparado, respiração pesada, choro iminente, sem saber o que fazer), trouxeram junto uma vontade de gritar, como se fosse a única coisa possível a ser feita.



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O Grito, de Edvard Munch. 1893, Berlim

Isso aconteceu ano passado quase que diariamente e eu fantasiei esse grito e como ele poderia me livrar, como uma explosão, dessa espécie de represa de emoções que a ansiedade me trazia.

Daí que pensei: será que se eu gritasse com todo o meu corpo, como num estouro, seria isso o que chamam de surto? E se isso fosse algo que eu conscientemente fizesse, ainda seria um surto? Tô me questionando porque muito provavelmente gritar, “explodir”, colocar pra fora esse desejo, me exporia à opinião de quem enxerga isso como “anormal”.

Enquanto não gritei, passei dias em pequenos momentos de choro e um esboço de barulho, como se eu estivesse gestando esse grito.

A fantasia desse grito consistia inclusive em pensar como seria ele seria, já que sou cantora e praticamente toda a minha atividade vocal é meio que pensada pra não “machucar” a voz. Então penso num grito que viria de um mix de diafragma, peito, garganta e cabeça. E seria um grito com uma nota específica que eu imagino na minha cabeça. Seria um grito que subiria e desceria numa curva rápida. Chego a sentir a pressão no pé da barriga, de onde ele partiria.

Gritar é tão real, tão realizável. Talvez se eu entrasse no meu quarto e ligasse o ar condicionado e simplesmente ‘mandasse ver’ no grito, ninguém nem ouviria.




 
 
 

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